
Congresso internacional divulga declaração final em consonância com o chamado de Leão XIV
Roma, 12 de novembro de 2025 (Ecclesia) – A Academia Pontifícia para a Vida (APV) revelou hoje uma declaração que estabelece diretrizes éticas e clínicas para a aplicação da inteligência artificial (IA) na área da saúde, enfatizando a importância do ser humano doente.
“As decisões relacionadas ao tratamento do paciente e o peso das responsabilidades envolvidas devem sempre permanecer com os seres humanos e jamais ser transferidas para a IA”, destaca o documento, que foi apresentado ao final do congresso internacional ‘IA e Medicina: o desafio da dignidade humana’, realizado desde segunda-feira em Roma.
A declaração foi assinada por monsenhor Renzo Pegoraro, presidente da APV, e Bernard Ars, presidente da Federação Internacional das Associações de Médicos Católicos.
O texto alerta sobre o risco de “hipnose” diante de resultados tecnológicos e enfatiza a necessidade de supervisão contínua.
Entre os princípios abordados, o documento aponta a importância da transparência e da interpretabilidade; a necessidade de atenção a preconceitos presentes nos dados; a preservação da privacidade e consentimento; a definição clara de responsabilidades; e o acesso igualitário aos serviços.
“Otimizar recursos significa utilizá-los de maneira ética e solidária, sem prejudicar os mais vulneráveis”, é o que se lê no texto, enviado à Agência ECCLESIA.
A APV reafirma que a medicina é uma prática relacional, não apenas uma técnica.
“Alguns aspectos fundamentais do cuidado ao paciente não podem ser substituídos por algoritmos otimizados e robôs autônomos”, indica a declaração, ressaltando a importância de gestos de proximidade e de tempo para escuta que vão além de lógicas de eficiência.
“O paciente não deve ser visto como um problema a ser resolvido (pela IA ou por qualquer tecnologia), mas como um mistério que revela a essência de Cristo.”
A recomendação da APV é que a IA seja utilizada como um recurso auxiliar para diagnósticos e para a estratificação de riscos, enquanto se mantém o julgamento clínico humano, que deve avaliar as saídas algorítmicas e esclarecer as limitações das ferramentas geradoras.
O texto clama por uma colaboração entre hospitais, indústria e reguladores, defendendo uma “ética por design” que priorize justiça, segurança e foco no paciente, com o objetivo de orientar a implementação da IA para “reforçar, ao invés de comprometer, a integridade da prática médica.”
Em uma mensagem enviada aos participantes do congresso esta semana, Leão XIV reconheceu os benefícios trazidos pela revolução digital, mas alertou contra os riscos de sua aplicação indiscriminada.
OC
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