
D. Nuno Brás conduziu a Cerimônia de abertura do Ano Pastoral, com o tema «Formar cristãos leigos para a missão na Igreja e no mundo»
Funchal, Madeira, 29 de setembro de 2025 (Ecclesia) – O bispo do Funchal destacou que a pobreza “é uma batalha que deve unir a todos”, incluindo a Igreja, autoridades e “qualquer outro tipo de poder”, e solicitou à diocese que “desenvolva na fé e na solidariedade”.
“Parece que o nosso mundo está preso a esta histórica divisão entre ricos e pobres, mais profunda do que qualquer outra divisão: os continentes são ricos ou pobres; e assim ocorre também com países e pessoas. Parecem estar condenados ainda antes de nascer; condenados antes de poderem trabalhar, crescer ou lutar…”, afirmou D. Nuno Brás durante a Cerimônia de abertura do Ano Pastoral 2025/2026, realizada nesse domingo na Catedral da Madeira.
Na homilia enviada à Agência ECCLESIA, o bispo, abordando a passagem do Evangelho de São Lucas, onde Jesus reflete sobre a pobreza e riqueza, focando no pobre Lázaro, assinalou que a parábola “proferida há dois mil anos” é “muito atual neste mundo e nesta sociedade”, ao observar ricos que “tranquilamente” exibem suas posses diante da miséria alheia.
“Diante de novos e antigos Lázaros que continuamos a reconhecer, mas cujas condições preferimos ignorar: Lázaros que, apesar de trabalharem, não conseguem garantir dignamente o sustento de suas famílias; Lázaros que são forçados a mendigar por sua sobrevivência; Lázaros, carentes de alimento, mas também desprovidos de conhecimento, de humanidade, e (sobretudo) Lázaros que carecem de Deus”, ressaltou.
D. Nuno Brás enfatizou que há um reconhecimento de que “não poucas desigualdades têm sido atenuadas e superadas” ao longo do tempo, existindo um percurso realizado, “pequenas conquistas dessa civilização à qual o cristianismo deu forma”, mas essas conquistas não podem fazer com que se desvie o olhar das profundas e vastas pobrezas que persistem, nem ignorar as “incontáveis tentativas ideológicas de solucionar essa grande questão”.
O bispo do Funchal complementou que a mensagem da Palavra de Deus, através da passagem do Evangelho de São Lucas, provoca um “repensar e agir, desafiando os critérios” de cada um e convidando a não desviar “o olhar da realidade dos pobres”.
“Não pode significar a abdicação dos poderes públicos, nem a renúncia de qualquer outra forma de poder que influencie nossa sociedade — e, assim, também a Igreja. É, antes, uma luta que deve unir e congregar a todos. E, por isso, é uma tarefa de cada ser humano, de cada um de nós, de cada cristão.”
O bispo, na Cerimônia de início do novo Ano Pastoral, explicou que essa luta não “é estranha à ‘Formação dos Leigos’”, tema que a diocese viverá “de maneira mais intensa neste ano pastoral”.
Segundo D. Nuno Brás, “formar” significa “dar forma”, e formar um cristão, independentemente de quem seja, “significa ajudá-lo a encarnar a forma de Cristo”, que molda não apenas sua vida interior “mas também como essa vida se revela diante de todos, manifestando e proclamando as maravilhas de Deus”.
“Desejamos apoiar os nossos cristãos a serem capazes de ‘defender a fé’, a oferecer razões a quem os questiona, e a, com seu modo de viver, participarem ativamente e conscientemente na construção de sua comunidade cristã e humana”, explicou, mencionando a expressão ‘fé do carvoeiro’, frequentemente usada de maneira depreciativa para descrever a crença do cristão que confia na fé da Igreja e a faz parte de sua vida.
O bispo do Funchal apelou para que, ao longo deste ano pastoral, todos se dispõem a “crescer na fé e na solidariedade”, ajudando-se mutuamente “a evoluir como comunidade”.
‘Formar cristãos leigos para a missão na Igreja e no mundo’ é o lema do programa pastoral 2025/2026 da Diocese do Funchal.
CB/OC
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