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Bispos de Portugal e Espanha promovem profissionalismo e nova comunicação, destacando a «dinâmica das plataformas sociais».

O Encontro Ibérico teve lugar no Funchal, sublinhando a "presença notável" que se tem desenvolvido no universo digital Encontro Ibérico
Bispos de Portugal e Espanha promovem profissionalismo e nova comunicação, destacando a «dinâmica das plataformas sociais».

O Encontro Ibérico teve lugar no Funchal, sublinhando a “presença notável” que se tem desenvolvido no universo digital

Encontro Ibérico 2025_Funchal_Agência ECCLESIA/PR

Funchal, Madeira, 05 nov 2025 (Ecclesia) – Os bispos de Portugal e Espanha envolvidos no setor dos media enfatizaram hoje a necessidade urgente de “saber comunicar”, adaptando a linguagem aos novos meios de comunicação e enfrentando a desinformação com seriedade e rigor.

“Há uma tendência de se cair na lógica das redes sociais, inclusive nos grandes meios de comunicação. É uma questão de lógica, a lógica das redes sociais, onde tudo é permitido”, advertiu D. Nuno Brás, bispo do Funchal, ao término do Encontro Ibérico das Comissões Episcopais das Comunicações Sociais, que ocorreu na Madeira desde segunda-feira.

Um dos temas principais discutidos foi a luta contra a desinformação, as ‘fake news’ e os perigos da inteligência artificial.

  1. Nuno Brás alertou sobre o risco de os próprios “grandes meios de comunicação” institucionais se deixarem levar pela rapidez digital.

O responsável pela Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais defendeu a importância do jornalismo responsável, afirmando que “os meios de comunicação social são os locais onde qualquer pessoa pode buscar, em princípio, uma informação verídica”.

O anfitrião do evento destacou que a Igreja “sempre se comunicou”, seja através da oralidade ou das artes, e que o desafio atual requer o uso de todas as ferramentas disponíveis.

“A Igreja deve utilizar todos os meios de comunicação”, englobando “as mais modernas” e “a linguagem típica das redes sociais”, especificou.

Na conferência de imprensa de encerramento, após a apresentação do documento final, o bispo do Funchal reconheceu que esta mudança cultural não ocorrerá de forma imediata nas comunidades locais.

“Se está a perguntar se, a partir de amanhã, as paróquias vão se comunicar de maneira diferente, se as dioceses vão se comunicar de um novo jeito, bem, não será amanhã, certo?”, observou.

Encontro Ibérico 2025_Funchal_Agência ECCLESIA/PR

D. Nuno Brás reconheceu a “presença significativa” da Igreja nas redes sociais, muitas vezes resultado da “generosidade e dedicação” de leigos, religiosos e sacerdotes.

A adaptação ao “ritmo da vida contemporânea” demanda, segundo o bispo, respostas “mais ágeis” e “mais sensíveis”, em um mundo onde a comunicação se dá quase de forma “instintiva”, o que implica também simplificar a linguagem técnica da Igreja.

“Sem abrir mão do rigor e da verdade, muitas vezes é necessário deixar de lado a precisão dos termos teológicos, que não são compreensíveis para a maioria das pessoas”, esclareceu.

D. Nuno Brás ainda pediu por uma alteração na relação com os profissionais da comunicação, sublinhando a importância de “estabelecer laços pessoais”.

O objetivo, ressaltou, é “compreender que os jornalistas não são robôs, são indivíduos”, com suas histórias, desafios e virtudes.

Os jornalistas também ouviram D. José Manuel Lorca, presidente da Comissão Episcopal para as Comunicações Sociais da Espanha, que destacou que a missão da Igreja requer “ser leitores competentes da realidade”, ouvindo as necessidades das pessoas.

Para o bispo de Cartagena, essa escuta é uma condição essencial para a evangelização: “Se não conhecemos as pessoas de hoje, que mensagem eu posso transmitir? Se não conheço suas necessidades, que mensagem posso enviar?”.

Questionado sobre como operacionalizar a colaboração ibérica, D. José Manuel Lorca ressaltou a semelhança da realidade da Igreja em Portugal e na Espanha, identificando como desafio comum “ser comunicadores da verdade e da esperança”.

PR/OC

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