
O arcebispo luso-canadiano atuando nos Camarões e na Guiné Equatorial traz uma «mensagem» de África que «também motiva em São Jorge
Angra do Heroísmo, Açores, 6 de setembro de 2025 (Ecclesia) – D. José Avelino Bettencourt, núncio apostólico nos Camarões e na Guiné Equatorial, irá presidir à Festa do Senhor Santo Cristo da Caldeira, uma celebração que “remete às raízes familiares”, neste domingo, 7 de setembro, na ilha de São Jorge (Açores).
“Esta peregrinação simboliza a autoafirmação da Igreja doméstica que herdei de meus pais e avós, mas é também um momento de partilha com a Igreja que sirvo em África. É uma forma de demonstrar que todos fazemos parte da mesma missão, com exemplos concretos que dão significado à nossa vocação cristã”, declarou o arcebispo luso-canadiano ao portal de notícias da Diocese de Angra.
Nascido na Ilha açoriana de São Jorge, D. José Avelino Bettencourt presidirá este domingo à Festa do Senhor Santo Cristo da Caldeira, num local “sagrado, marcado por gerações de devotos, onde Cristo é esperança”, por isso, esta celebração resgata “as raízes da família”.
“É um local que recebeu inúmeras gerações de fiéis, dotado de uma natureza espetacular e de uma história de fé vibrante, que continua a atrair cada vez mais pessoas”, acrescentou.
O tema da festa é ‘Cristo, nossa esperança’, extraído da primeira Carta a Timóteo, uma passagem bíblica que é recorrente nas festividades nos seis santuários diocesanos; o arcebispo luso-canadiano sublinha o convite a “renovar a fé no Cristo ressuscitado, que nos aponta para a vida eterna”, proporcionando esperança em todas as épocas.
“É uma oportunidade de revitalizar a vida cristã, homenagear Cristo e reforçar a esperança no Ressuscitado”, referiu, enfatizando que a peregrinação até ao Santuário do Senhor Santo Cristo da Caldeira “exige determinação e desprendimento”.
D. José Avelino Bettencourt é núncio apostólico (representante diplomático da Santa Sé) nos Camarões e na Guiné Equatorial, tendo sido nomeado pelo Papa Francisco em 30 de agosto de 2023.
“Na África, há uma fé vibrante e generosa, muitas vocações e uma Igreja presente na educação, na saúde e no apoio a refugiados. É um testemunho que nos motiva também aqui”, explicou.
Os Camarões, um país bilíngue com tradições francesa e inglesa, compreendem mais de 250 etnias e a Igreja Católica representa cerca de 25% da população, sendo chamada a ser um sinal de esperança em meio às divisões, como se observa nos três conflitos internos.
“Nós enfrentamos regiões separatistas em conflito há oito anos; no norte, lidamos com os ataques do Boko Haram, além de recebemos mais de um milhão de refugiados vindos do Chade e da República Centro-Africana”, detalhou D. José Avelino Bettencourt, conforme citado pelo site ‘Igreja Açores’.
A Guiné Equatorial, que integra a CPLP – Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, “apresenta uma sociedade intimamente ligada à Igreja e às suas tradições”, apontou o representante da Santa Sé: “A Igreja é respeitada e cumpre um papel essencial no desenvolvimento, na educação e na saúde”.
Segundo o núncio apostólico nos Camarões e na Guiné Equatorial, neste contexto africano, há comunidades que “caminham três ou quatro horas a pé para participar de uma celebração”, muitas vezes atravessando áreas perigosas, “onde podem ser atacadas, e chegam com alegria, rezando o terço ao longo do caminho e vivendo a Missa com grande intensidade”.
“Uma visita do núncio apostólico pode chamar a atenção das autoridades e mobilizar apoios. A Igreja tem a bênção de estar presente onde outras instituições não conseguem, através de escolas, centros de saúde e assistência social. Mesmo com recursos limitados, consegue unir comunidades e proporcionar-lhes dignidade e esperança” – D. José Avelino Bettencourt
No dia 14 de setembro, o arcebispo luso-canadiano também presidirá à bênção do novo órgão de tubos da igreja paroquial de Santo Antão, na ilha de São Jorge, às 19h30 locais (mais uma hora em Lisboa).
CB/OC
| D. José Avelino Bettencourt foi nomeado como arcebispo e núncio em 26 de fevereiro de 2018, pelo Papa Francisco, que o designou como representante diplomático da Santa Sé na Arménia, a partir de 1 de março seguinte.
O arcebispo luso-canadiano, um diplomata de carreira da Santa Sé, após atuar na representação diplomática na República Democrática do Congo, foi transferido para a seção de relações com os Estados do Vaticano; atuou como chefe de protocolo da Secretaria de Estado do Vaticano desde 2012. D. José Bettencourt recebeu a ordenação episcopal em 19 de março, na solenidade de São José, sob a presidência do Papa Francisco, na Basílica de São Pedro, sendo simbolicamente atribuído à antiga diocese de Cittanova, na Croácia. Natural da Ilha de São Jorge, nos Açores, o arcebispo acompanhou sua família que imigrou para o Canadá, onde foi ordenado sacerdote em 1993, fazendo parte do clero de Otava; cursou a Academia Eclesiástica em Roma, formando-se em Direito Canônico, e ingressou no serviço diplomático da Santa Sé em 1999. |
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