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Leão XIV e Bartolomeu renovam aliança pela «completa união» entre Igrejas «afins»

O Papa visitou a sede do Patriarcado de Constantinopla para um ato de oração com a comunidade ortodoxa. Istambul, 29
Leão XIV e Bartolomeu renovam aliança pela «completa união» entre Igrejas «afins»

O Papa visitou a sede do Patriarcado de Constantinopla para um ato de oração com a comunidade ortodoxa.

Istambul, 29 de novembro de 2025 (Ecclesia) – Leão XIV teve um encontro hoje em Istambul com o patriarca Bartolomeu de Constantinopla, na sede do Patriarcado Ortodoxo, reafirmando o compromisso da Igreja Católica com a busca da “plena comunhão” entre todos os cristãos.

“Estamos motivados a continuar nosso esforço em restaurar a plena comunhão entre todos os cristãos, uma tarefa que buscamos com a ajuda divina”, disse o Papa na Igreja Patriarcal de São Jorge, na área do Fanar, em Istambul.

Leão XIV e Bartolomeu lideraram uma oração de agradecimento (Doxologia), em um momento que celebrou os 1700 anos do Concílio de Niceia e a proximidade da festividade de Santo André (30 de novembro), padrinho da Igreja de Constantinopla e irmão de São Pedro, o primeiro Papa.

<p“Entrando nesta igreja, senti uma profunda emoção, ciente de que estou seguindo os passos dos Papas Paulo VI, João Paulo II, Bento XVI e Francisco”, revelou Leão XIV em seu discurso, referindo-se a Bartolomeu como “querido irmão em Cristo”.

O Papa mencionou os “momentos extraordinários de graça” vividos na celebração ecumênica realizada na antiga cidade de Niceia, enfatizando que a lembrança do primeiro Concílio serve como um impulso para o diálogo ecumênico.

Leão XIV destacou a “amizade genuína e fraternal” que o Patriarca Bartolomeu manteve com seus antecessores e expressou o desejo de fortalecer os vínculos pessoais iniciados ao longo de seu próprio pontificado, que começou em 8 de maio deste ano.

“Estou convencido de que este nosso encontro também ajudará a consolidar nossa amizade”, afirmou o Papa, recordando a presença do patriarca ecumênico na missa de inauguração de seu ministério como bispo de Roma.

Durante a oração da tarde, foi entoada uma súplica “pela estabilidade das Santas Igrejas e pela união de todos”, intenção que o Papa abraçou: “Que Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, tenha misericórdia de nós e realmente acolha essa súplica”.

O patriarca ecumênico de Constantinopla saudou, por sua vez, a visita de Leão XIV à Turquia e a peregrinação compartilhada a Niceia, cumprindo uma “promessa mútua” estabelecida com o Papa Francisco antes de sua passagem.

No discurso de boas-vindas, Bartolomeu mencionou um “espírito de amizade e amor” entre as duas Igrejas, realçando que as comemorações do 1700.º aniversário do Concílio de Niceia expressaram “uma única voz”.

O patriarca ortodoxo expressou a certeza de que o espírito de Francisco se “alegra” com este momento histórico, agradecendo ao atual Papa pela “disposição de atender ao chamado do Senhor para a unidade cristã”.

Durante sua fala, Bartolomeu lembrou o legado de Paulo VI, João Paulo II, Bento XVI e Francisco, Papas que visitaram a Turquia nos tempos modernos e que contribuíram para a aproximação entre essas “Igrejas irmãs, através do diálogo fundamentado no amor e na verdade”.

Ele reafirmou o compromisso de atuar em conjunto pela “proclamação da boa nova da salvação”, ressaltando que a unidade cristã é “mais necessária do que nunca” para promover “paz e reconciliação no mundo”.

Os presentes rezaram juntos o Pai-Nosso, numa cerimônia que incluiu orações em grego, latim e inglês.

Após o rito religioso, onde ambos acenderam uma vela na entrada da catedral, os dois líderes seguiram até o Palácio Patriarcal para a assinatura de uma declaração conjunta.

Como gesto de fraternidade, o Papa presenteou o patriarca com um mosaico de Cristo Pantocrator (Todo-poderoso).

O terceiro dia da visita de Leão XIV culminou com a celebração da Santa Missa na Volkswagen Arena, reunindo cerca de 4 mil fiéis da pequena comunidade católica local, numa liturgia que incluiu várias línguas, como armênio, aramaico, turco e árabe.

Neste domingo, o Papa deixa a Turquia e viaja para o Líbano, dando início à segunda etapa de sua primeira viagem apostólica internacional.

OC

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