
“Um cidadão exemplar, um defensor ardente dos direitos, em busca de valores que são tão necessários na atualidade” – D. José Ornelas
Leiria, 23 de outubro de 2025 (Ecclesia) – O líder da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) expressou “enorme respeito e admiração” por Álvaro Laborinho Lúcio (1941-2025), que faleceu aos 83 anos, relembrando-o como um homem de princípios e justiça, “que tinha preocupação com o próximo”.
“A sua dedicação, especialmente à proteção dos mais vulneráveis, das crianças e dos direitos humanos, reflete bem a sua essência: uma pessoa generosa de coração, que sonhava e batalhava por um mundo melhor”, afirmou D. José Ornelas em entrevista à Agência ECCLESIA.
Álvaro Laborinho Lúcio, antigo ministro da Justiça de Portugal, faleceu aos 83 anos, durante a manhã desta quinta-feira, dia 23 de outubro, na Nazaré, sua cidade natal, onde nasceu em 1 de dezembro de 1941.
O presidente da CEP recordou um “homem íntegro, de princípios, um jurista” que, no entanto, não era “imutável, um direito que se preocupa com as relações humanas, com cada indivíduo”, enquanto também era “uma pessoa desprendida, mas totalmente comprometida com aquilo que considerava sua vocação e visão de sociedade”.
O juiz-conselheiro aposentado do Supremo Tribunal de Justiça, Álvaro Laborinho Lúcio fez parte da Comissão Independente para o Estudo das Violências Contra Crianças na Igreja, um organismo criado pela Conferência Episcopal Portuguesa, que divulgou publicamente seu relatório final em 13 de fevereiro de 2023.
“Ao conhecê-lo melhor durante essas atividades, e através da colaboração que prestou, compreendi suas motivações; ele foi um promotor excepcional dentro da própria comissão. Seu projeto era estar ao lado das vítimas, um esforço para avaliar e discernir com justiça, mas sempre com a devida seriedade na defesa de quem passou por essas experiências traumáticas”, detalhou D. José Ornelas, que expressou suas “mais sinceras condolências” à família.
O líder da CEP, bispo da Diocese de Leiria-Fátima, também destacou que aprendeu imensamente com Álvaro Laborinho Lúcio, e agora recorda-o “com saudade, mas sempre com uma gratidão que traz alegria”, agradecendo a Deus pela sua vida e pela contribuição que deixou na Igreja e neste país.
D. José Ornelas destacou que o ex-ministro da Justiça foi um “grande cidadão, um defensor dos direitos” e de valores que “são tão necessários nos dias de hoje”, pedindo que “Deus o abençoe, que sua memória seja honrada na terra, e que inspire a formação de mais cidadãos como ele”.
“A atitude dele é crucial, e a retidão no que precisa ser realizado não deve ser vista como um dever imposto, mas sim como a essência das coisas. É louvável defender os necessitados. É fundamental que o direito à justiça sirva a sociedade. É vital que a justiça alcance aqueles que mais precisam, com o empenho de todos.”
Segundo o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, que consultou Álvaro Laborinho Lúcio mais de uma vez, tanto por telefone quanto em particular, “na busca de clareza e soluções para problemas reais”, este integrante da extinta Comissão Independente era “um ser humano bom e preparado para fazer o bem”.
CB/OC
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O Grupo VITA, criado pela CEP para lidar com incidentes de violência sexual contra crianças e adultos vulneráveis na Igreja Católica em Portugal, também se uniu à família e amigos de Álvaro Laborinho Lúcio “neste momento de grande tristeza” e expressou as mais sinceras condolências pela perda deste membro da Comissão Independente.
“Ele desempenhou um papel crucial na coleta de relatos de violência sexual no contexto da Igreja Católica, contribuindo para tornar essa realidade conhecida publicamente e possibilitando, assim, a construção de uma Igreja mais segura e protetora”, destaca o Grupo VITA em uma publicação em sua página no Facebook. |
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